sexta-feira, 18 de abril de 2008

Para ver

É preciso estar na sintonia certa (além de um certo ponto, e antes de outro determinado) para ver as fadas. Ontem de manhã eu consegui, e anteontem quando voltava da faculdade, também. Elas estavam lá esvoaçando, pequenas e coloridas, pelo canteiro do portão do prédio. Faziam seus barulhos de zunido por causa das asas de inseto, e brincavam entre as folhas das plantas. Vi uma lilás, uma amarelinha, e uma verde. Depois, no canteiro da avenida, quase vi outra — foi muito rápido, um revoar de asas, e eu não consegui distinguir qual era.

Mas não é assim fácil topar com uma fada. Algumas coisas essenciais são necessárias para vê-las. Primeiro é preciso estar num estado de plenitude — não precisa ser reverberante, porque elas vão fazer isso por você. Segundo, é preciso estar com saudade delas; e eu estava com uma saudade tão grande, daquelas que até crescem como um balão dentro do peito. E terceiro, é preciso olhar atentamente, procurando por elas. Fadas não se deixam enxergar por quem não está interessado nelas.

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